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Um dia depois do término de mais uma grande Black Friday comemora-se exatamente o oposto, 28 de novembro, o Dia Sem Compras.
Com os níveis de consumo da população há muito a ultrapassarem as barreiras do viável para uma economia circular e sustentável, as questões da sustentabilidade marcam, felizmente, uma presença cada vez mais forte na agenda internacional.
Com origem em Vancouver, no Canadá, o Dia Sem Compras tornou-se numa espécie de consciencialização globalmente celebrada, contando com a participação de mais de 65 países todos os anos.
A Black Friday é, tradicionalmente, um dia em que os níveis de consumo aumentam em larga escala. Com as marcas a reduzirem drasticamente os preços, o encorajamento à compra massiva é elevado. E quem é que não gosta de uma boa promoção?
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Este ano não é exceção e, com o incentivo à compra online para evitar a propagação do novo coronavírus, estima-se que o consumo tenha aumentado ainda mais.
Este ano é esperado que o valor gasto pelos portugueses em compras este ano aumente, face ao período homólogo de 2019. A verdade é que é difícil resistir a algumas oportunidades e, tudo aquilo que talvez nunca tenhamos pensado em comprar, torna-se essencial.
No entanto, outras questões pesam na balança.
Através da incessante procura pela satisfação do consumidor, os recursos naturais do planeta estão, de dia para dia, cada vez mais escassos.
A pandemia da covid-19 veio sobrecarregar fortemente o meio ambiente. Ainda que, por força das restrições, a redução de práticas altamente poluentes como as viagens aéreas tenha sido significativa, a utilização de plásticos não reutilizáveis aumentou fortemente. São exemplo disso, as máscaras descartáveis.
A Amazon, multinacional do e-commerce, é um exemplo claro de como a Cyber Monday e a Black Friday podem ter um impacto negativo no ambiente. De acordo com a UM Today News, estas totalizaram um valor de 9,4 mil milhões de dólares (cerca de 7,9 mil milhões de euros) nos Estados Unidos em 2019.
Com a possibilidade da Amazon entregar em casa em períodos de tempo curtos, por vezes até durante a noite, esta conveniência tem um custo. Uma análise do Laboratório Climático da Universidade da Califórnia descobriu que a entrega gratuita e rápida deixou uma pegada de carbono até 35 vezes maior do que as entregas que demoram mais de uma semana.
Ainda assim, e porque o comércio não deixa de ser essencial, existem alternativas mais sustentáveis que podemos adotar.
O comércio local é sempre uma ótima opção a ponderar. Para além de contribuir positivamente para a economia local, contribui também para causas ambientais.
Uma vez que este tipo de comércio é realizado em pequena escala, o controlo pela produção e pela transparência das cadeias de fornecimento é relativamente superior.