Esta semana - um pouco mais do que nas outras - há universidades estrangeiras de olhos postos nos talentos portugueses. A culpa é da Futurália. "As universidades vêm para recrutar os nossos alunos porque são bons e porque as nossas universidades são boas, ou melhores do que muitas lá fora", explica a diretora da maior feira de educação, formação e empregabilidade no país. Alzira Ferreira adianta ainda que, no ano passado, chegaram ao Reino Unido mais de 500 candidaturas de jovens portugueses que foram estudar para este país.
Pedro Costa Mano, que representa uma das agências educativas presentes na FIL, fala de uma tendência gradual. "Cada vez mais os jovens portugueses têm vontade de ir estudar para fora e os números têm aumentado todos os anos", diz. A agência Information Planet trabalha com dez destinos, mas Pedro Mano destaca nas preferências dos candidatos também o Reino Unido, a par da Dinamarca, pelas suas propinas financiadas. "As universidades do Reino Unido vêm falar connosco no sentido de aumentar a quota de estudantes portugueses, têm todo o interesse em internacionalizar ainda mais a sua população estudantil", conclui.
"As instituições estrangeiras vêm recrutar e os portugueses querem experimentar um outro tipo de ensino, esperemos que voltem", acrescenta Alzira Ferreira, responsável pela Feira. Ainda na quinta-feira, dia 15, chegaram "12 universidades americanas, que vêm aqui já com pré-inscrições para os alunos irem estudar para os Estados Unidos", diz.
A maior feira de educação, formação e empregabilidade começou na FIL termina este sábado. Na sua 11ª edição, as portas abriram com cerca de 500 entidades que se propõem a apresentar a sua oferta aos esperados 80 mil visitantes, durante os quatro dias de feira.
No Parque das Nações cabe muito mais do que Lisboa. Os estudantes, pais e professores podem encontrar instituições de todo o país, desde da região Norte ao Algarve, ou até um futuro no estrangeiro. Porque à semelhança do que aconteceu no ano passado, as universidades estrangeiras estão presentes em peso na Futurália. Os visitantes podem encontrar universidades que chegam diretamente do seu país, como também, várias agências com protocolos que permitem aos estudantes portugueses estudar fora.
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Muitas certezas apesar das dúvidas
"Os estudantes vêm já muito orientados, com perguntas muito direcionadas e já quase com decisões tomadas", constata Cecília Sequeira, que representa o Instituto Politécnico do Porto nesta feira.
Tânia Petisca e Ana Rita estão no 12.º ano e não têm dúvidas, vão escolher o seu futuro a pensar nos seus sonhos. Tânia quer licenciar-se em Imagem Médica e Radioterapia desde o 5º ano, e Ana Rita vai candidatar-se a um curso de Enfermagem. "Escolhemos com base no que queremos fazer, não tanto a pensar na empregabilidade e no dinheiro que vamos ganhar", justifica Ana Rita. As jovens estudantes vieram da Nazaré, numa visita de estudo, e ponderam ir estudar para Aveiro. "Estamos a encontrar respostas, o facto de estarem aqui alunos ajuda imenso, pudemos falar diretamente com alguém que está no curso, perguntámos se estavam a gostar, a média, as disciplinas."
"Quando vamos às escolas secundárias, os estudantes não estão muito decididos, aqui na Futurália ainda estão indecisos mas já têm uma opção mais fechada, já sabem entre dois e três cursos que querem escolher", nota Pedro Miguel Coelho, que trabalha no gabinete de comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
As dúvidas sobre como preencher a candidatura
A Associação Inspirar o Futuro quer ser um gabinete de apoio à decisão do aluno neste evento, onde estão centenas de instituições a promover a sua oferta educativa. Com duas sessões de esclarecimento marcadas para todos os dias de feira, esta quarta-feira o resultado foi claro, nem todos estão indecisos mas ninguém sabia como se candidatar ao ensino superior.
"O que nós fazemos é levar uma mini Futurália a cada escola", diz Eduardo Filho, presidente da associação.
"Todas as manhãs nós vamos a uma escola e falamos um bocadinho sobre o acesso ao ensino superior, que deixa muitas dúvidas nos alunos, e explicamos como se processa a candidatura", acrescenta Bernardo Quaresma, sobre a road show do projeto Inspiring Future. "Informamos os alunos e levamos uma mensagem positiva, porque queremos que com essas informações lutem pelos interesses deles, algo que há uns anos era talvez impensável. Imaginem o nosso pai chegar ao pé do nosso avô e dizer que queria ser youtuber, era completamente impossível", esclarece.
"Emprego e Empregabilidade": novo espaço da Futurália
Alzira Ferreira, diretora da Feira, explica que o projeto "Emprego e Empregabilidade", uma novidade na Futurália, nasceu para responder a uma necessidade. Para a diretora do evento, "havia a necessidade de existir em Lisboa um palco privilegiado onde os jovens pudessem tomar conhecimento dos percursos e das possibilidades no âmbito da educação e formação".
A grande novidade deste ano é o palco localizado no PT Meeting Center da FIL, nos dias 16 e 17 de março. "Há um crescimento natural, das pessoas, das situações e dos projetos, e este novo espaço é uma consequência direta do crescimento da Futurália", começa por explicar Alzira Ferreira. Neste espaço, o objetivo é "juntar emprego e empregabilidade, o recrutamento, ações e workshops de capacitação para outras competências", conclui sobre a nova iniciativa direcionada para jovens recém-licenciados, jovens e adultos desempregados, ou para qualquer um que procure uma nova carreira.