Os sapatos de salto alto foram, originalmente, pensados para os homens e tinham um propósito. Os soldados a cavalo usavam-nos na Pérsia do século X, de acordo com Elizabeth Semmelhack do Bata Shoe Museum, em Toronto (Canadá). O salto ajudava a que se mantivessem estáveis quando se levantavam nos estribos para apontar os arcos e flechas aos seus inimigos.
Com o tempo, os saltos começaram a aparecer nos sapatos dos homens da aristocracia em toda a Europa. Foi só no século XVII que os sapatos de salto alto começaram a ser associados a qualidades supostamente "femininas" e passaram a fazer parte do guarda-roupa das mulheres, conta a 1843, a revista do The Economist.
Até meados do século XX, os saltos altos eram grossos e desajeitados. Depois da Segunda Guerra Mundial, foram aplicadas técnicas e materiais usados na engenharia aeronáutica na construção dos sapatos, nascendo então o stiletto como o conhecemos. O salto fino requer uma haste de metal, forte o suficiente para suportar o peso de que o usa e flexível o suficiente para que o sapato se mova.
Daí partiu uma busca obstinada, tanto por parte de sapateiros como de utilizadores, por um salto alto e confortável. O objetivo seria diminuir o ângulo criado pelo salto.
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Joan Oloff, um podologista que se converteu num designer de sapatos, fabrica calçado forrado com espuma de memória para que esta absorva o impacto a cada passo. A sola é desenhada para apoiar o arco do pé e distribuir o peso de forma mais igual.
Antónia Saint Dunbar, empreendedora, faz sapatos com uma proteção no salto que impede que o pé escorregue.
Os pés são únicos e raramente se adaptam perfeitamente aos tamanhos padrão, problema que o ângulo descendente dos saltos aumenta consoante a forma dos sapatos.
Sandra Gault desenvolveu uma aplicação para criar imagens em 3D dos pés, que podem ser usadas para desenhar sapatos à medida.
Para aqueles que procuram opções mais baratos, há alguns truques. Colar o terceiro e o quarto dedos um ao outro com fita adesiva é um deles, indica a publicação. Mas há quem esteja a desistir. Seja pelo conforto ou pelas tendências de moda, em 2016, pela primeira vez, as mulheres britânicas compraram mais ténis do que sapatos de salto alto.