Têm sido tempos notáveis para a Netflix. A empresa co-criada pelo norte-americano Reed Hastings (atual CEO) já superou a marca dos 125 milhões de subscritores (e 300 contas de utilizadores diferentes) em 190 países, deverá crescer ao ritmo médio de 20 milhões por ano e em 2018 vai bater o seu recorde de investimento em conteúdos.
São 8 mil milhões de dólares no mundo para gastar e, só na Europa, vai duplicar e superar os mil milhões de dólares (cerca de 900 milhões de euros) para novos conteúdos.
“É uma altura incrível para se ser contador de histórias, incluindo na Europa”, disse-nos esta semana, em Roma, o responsável de conteúdos da empresa, Ted Sarandos. Na verdade, é graças a Sarandos que a Netflix se aventurou na produção de conteúdos próprios. “Eu cheguei a dizer que nós nunca iríamos fazer conteúdos, mas o Ted convenceu-me do contrário e tinha toda a razão”, explicou ao Dinheiro Vivo o CEO, Reed Hastings, que ficou a saber esta semana que o valor de mercado da empresa chegou aos 144 mil milhões de dólares (supera a General Electric e IBM).
E como é será o investimento nos próximos anos com a chegada ao streaming de tantos rivais? “Depende totalmente das receitas em 2018, mas sabemos que vai crescer mais no próximo ano, não temos é o dinheiro que uma Disney, Apple ou Google têm”.
Certo é que a Netflix cresce a olhos vistos pelo mundo. Tem já mais de 200 funcionários na Europa (de um total de 4 mil), muitos são produtores locais – ainda nenhum em Portugal - e estão a produzir ou perto de produzir 100 conteúdos europeus novos, com o objetivo de muitos brilharem pelo mundo, como já aconteceu com a série espanhola La Casa de Papel ou a alemã Dark - falamos das novas temporadas destas séries europeias aqui.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Privacidade "controlada"
A privacidade não é uma preocupação. “Não temos publicidade, como o Facebook o ou YouTube têm, por isso nunca partilhamos a informação dos utilizadores e não vamos ter os problemas que outros tiveram”, explica Reed Hastings. O responsável garante que o Netflix já cumpre há algum tempo e “na perfeição” o novo regulamento europeu de proteção de dados (RGPD), disponibilizando ao utilizador de forma fácil toda a informação que têm sobre ele e que nunca é partilhada com empresas externas.
Mosaicos com vídeo para utilizador ver
Uma das novidades que vai ser, aos poucos, utilizada, é a introdução nos habituais mosaicos com conteúdo da Netflix, de pequenos vídeos de 30 segundos ao estilo trailer que passam automaticamente (sem som), ao estilo Stories (um estilo criado pelo Snapchat) ou dos vídeos no Facebook. “O objetivo é que com estes previews se perceba melhor que tipo de conteúdo é sem sequer o abrir”, explica Ted Sarandos.
A Netflix quer continuar a crescer e sabe que os ‘tubarões’ estão a chegar ao streaming mas, para já, respira saúde.