A transformação digital nas empresas veio para ficar. É uma verdade incontornável e é sabido que os empresários e as empresas que ainda nada fizeram ao nível desta transformação ficaram para trás ou podem mesmo já não existir.
Vivemos uma pandemia, que ainda persiste, e que veio acelerar esta digitalização de processos e operações. Foi pena o motivo desta aceleração digital, mas, efetivamente, a nível global e, especificamente em Portugal, o tecido empresarial evoluiu bastante num curto espaço de tempo.
Se por um lado, a necessidade digital foi acelerada, por outro lado, a literacia digital não evoluiu de forma tão exponencial. De um dia para o outro, tivemos todo e qualquer tipo de negócio a querer lojas online, websites, digitalização de serviços internos, marketing digital, entre outros. Empresários, microempresas, PME tiveram de se reinventar num curto espaço de tempo, mas efetivamente sem uma preparação prévia ao nível da literacia digital (ninguém esperava uma pandemia que nos fechasse em casa durante dois anos).
Esta necessidade fez com que o crescimento de serviços digitais acontecesse, assim como o número de players no mercado que oferecem os mesmos, com mais ou menos qualidade.
Infelizmente, existe iliteracia digital também ao nível dos fornecedores de serviços digitais, e isto é preocupante. Os "paraquedistas", que viram uma oportunidade e necessidade das empresas, viram um vídeo sobre como gerir redes sociais durante duas horas para depois começarem a oferecer os seus serviços como profissionais especialistas.
É ainda mais preocupante, pois as pessoas e as empresas que precisam e precisaram deste tipo de serviços confiaram nestes "paraquedistas", investiram o budget que tinham, ficaram desfalcadas e agora o digital já não é o mundo maravilhoso que imaginaram -Quando devia ser.
Existem, a nível nacional e global, milhares de fornecedores de qualidade para os diferentes tipos de serviços digitais. E a partir do momento em que o encontra, e se sabe efetivamente o que se pretende, as coisas correm bem.
Sendo mais prático, como podem as 50 mil novas empresas portuguesas criadas em 2022, que estão num momento tão sensível de início de negócio, ter a certeza de que estão a tomar as melhores decisões ao nível digital?
É aqui que entra o consultor digital. O papel do consultor digital é o de aconselhar as melhores soluções para o negócio, tendo em conta as necessidades e o orçamento que existe (que no início de uma empresa costuma ser limitado).
Este consultor tem de ser a ponte e o filtro entre as empresas e os fornecedores de serviços digitais, ajudando a empresa a identificar as suas necessidades atuais, partilhando-as e explicando-as ao fornecedor correto.
Estes consultores ajudam micro e PME a tomarem as melhores decisões digitais ao nível dos seus negócios, assegurando assim que existe um ecossistema saudável entre todas as partes e que ninguém se sente desfalcado ou enganado.
Conclusão do Dia Mundial da Internet: ataquem o digital. Se já o fazem nas vossas empresas, reforcem. Se ainda não fazem, comecem ontem. O digital é um mundo gigante e não devem ter receio de andar no mesmo, pelo contrário, é um mundo espetacular que a partir do momento em que se entra, se entende o potencial e se é bem acompanhado, nunca mais queremos sair do mesmo.
João Vaz Leite, CEO e fundador da Digitall Brokers