Filipe Charters de Azevedo

Foi você que roubou os seus filhos?

A Segurança Social é um plano de redistribuição de riqueza que faz todo o sentido que exista. Sem "mas" ou meio "mas". A partir de uma determinada idade é-nos difícil continuar a trabalhar, pelo que, coletivamente, decidimos que quando passamos à condição de reformados, devemos receber uma compensação pelo trabalho de uma vida. Faz sentido e é justo. A questão de fundo que fica é a seguinte: quem deve pagar essas compensações? E mais importante ainda: quem deve pagar as pensões quando já não há mais dinheiro?

Filipe Charters de Azevedo

A boa escola é aquela onde os alunos excedem o seu potencial

A boa escola é aquela onde os alunos excedem o seu potencial - os rankings publicados na maioria dos jornais comparam as médias conseguidas em cada uma das escolas; mas como sociedade, a melhor escola é aquela que contribuiu para a excelência, para que cada aluno exceda o seu potencial. Quando falamos de elevador social com a educação é disto que devíamos falar: Qual a escola que melhor contraria o determinismo social? Qual contraria a pobreza do seu concelho? Qual contraria a pouca educação dos pais? Quando olhamos para os dados desta forma, as conclusões sobre as escolas privadas ou públicas, sobre o papel da educação, as conclusões são bastante diferentes face ao que costuma ser discutido.

Filipe Charters de Azevedo

O egoísmo está nos olhos de quem analisa

Há alguns temas que têm ocupado esta coluna de forma regular. Um deles é o da "virtude" como bandeira política. Trata-se de um processo genial para gerir o país, desenhar medidas fiscais e ocupar o espaço público. Não resolve nada, mas parece sempre bem. Afinal, quem não é virtuoso? Quem é que, de facto, não quer fazer o "Bem"? Se estas perguntas parecem ser um pouco tontas, pela sua ingenuidade ou malvadez implícita, a resposta é surpreendente: Os liberais, esses são "os" egoístas.

Filipe Charters de Azevedo

Continuamos a pagar a ADSE

A ADSE não é inteiramente financiada pelos trabalhadores. Sim, há financiamento público à ADSE. O argumento moral, ad nauseam, de que a ADSE apenas diz respeito aos seus beneficiários e que é tudo semelhante aos seguros de saúde privados oferecidos pelas empresas cai assim por terra. Além disso, caso haja saldos positivos, esses são integrados nas contas do Estado. Ou seja, a responsabilidade pública está lá. Toda esta confusão pode ser resumida numa única questão: se a ADSE tiver dificuldades financeiras, quem irá pagar suportar o seu custo?